quarta-feira, 6 de maio de 2009

Poesia de Gaveta nº 33

O que é que nos falta?

Não, não é sinceridade.
A mim, falta propósito.
Mas se eu nem entendo o que é propósito,
então por que devemos tê-lo?
Por que somos racionais?
Por que somos emocionais?
Por que não instintivos?
Que tipo de virtude é essa que temos de categorizar o mundo
e organizá-lo em nosso universo particular,
se o próprio universo é a representação máxima do caos?
Por que pensar em soluções?
E se eu deixasse levar?
Se eu deixasse que a natureza,
de onde vim,
guiasse o meu ser?
Às vezes,
paro e penso na minha vida.
Ela não me responde.
É por eu não ser racional?
Eu não sei categorizar?
Eu sou instintivo?
Humano, eu sou?
Por que perguntamos?
Vemos e duvidamos.
Somos corruptos,
desafinados,
sem harmonia.
Nada nos parece bom o suficiente,
exceto nós, os donos da dúvida.
...
Chegou a vida, tenho que ir.

1 colaborações:

daniel disse...

É complicado comentar poesia, ainda mais uma tão subjetiva assim;
concordo, no entanto, na dúvida - racional, por ironia - em que se perde a razão e suas benesses.
E o quão favorável e fazer uso dela?
Comentário meio genérico, mas paciência.