segunda-feira, 4 de maio de 2009

Serviço II


Music for the (smart) mobs

Poucas coisas realmente me tocam. De fato, chorei ao ver alguns filmes, ler certos livros e ouvir umas músicas, mas é bom que fique distinta aqui a diferença entre emocionar e tocar. Já não é tão rotineiro o primeiro caso, de quem fica a cargo filmes como Dançando no Escuro e Em Busca da Terra do Nunca ou livros como uns dois da série Harry Potter. São produções artísticas com muitas cenas voltadas ao ‘eu’, intimistas, que trazem à tona os nossos fantasmas e nos emocionam por perfurar-nos a carne com doses de interpretação, trilha sonora, diálogos bem construídos e uma pitada de talento do autor. Mas jóia rara mesmo é quando isso me toca, ou seja, quando além de tudo, eu vejo a sinceridade da preocupação com o mundo em cada frame, palavra ou acorde.

Eu não chorei ao ver Milk, mas foi um dos filmes mais tocantes que já vi, pois há cenas nele em que fica claro todo o sofrimento dos homossexuais para se afirmar e, mais ainda, a força que uma minoria pode ter, se unida. Um “ninguém” tornar-se líder político por meio da luta pela igualdade de direitos é sinceramente tocante. Imaginem quando o exemplo não está no passado nem nos Estados Unidos? Quando vejo um amigo, hoje, subir ao palco e cantar músicas sinceras sobre o mundo, músicas tocantes. E mais: quando cresce com essas músicas, as burila, criando todo um fluxo comunicativo para a mensagem que quer passar. A Caravana do Delírio, banda de Matheus e companhia, é tocante. À banda na qual acredito, às letras com que me toco, aos músicos com quem me divirto, dedico estas palavras sobre mim, que são muito poucas diante da grandeza das canções da banda. A Caravana é música para as massas, massas inteligentes, massa cinzenta. Música para o cérebro. Para se pensar mesmo. E eu penso que, se alguém se importa, são vocês, amigos. Mais uma vez e sempre, meus parabéns.

2 colaborações:

Daniel Longhi disse...

Já eu sou tão mais fácil de ser tocado por arte, se arte for, bem verdade. Ainda não assisti a Milk, mas está na lista, e você só me fez mais seguro disso.
E merecida demais a homenagem à banda, tão rara por tão autêntica ser, em meio ao festival de aparência e notas mal tocadas que vemos todo fim de semana.
Grande abraço!

Mai Melo disse...

Babões, você e Daniel!